Etmologicamente, currículo vem do latim currere - curriculum, que significa percurso, carreira. No campo pedagógico, passou a significar uma lista de conteúdos a serem ensinados na escola; definição dos objetivos a serem perseguidos no ensino, um conjunto de aprendizagens oportunizadas no ambiente escolar.
Envolve três questões essenciais: A questão do conhecimento: os saberes considerados importantes a serem ensinados; do sujeito e da subjetividade: que sujeitos queremos formar, ou seja, o currículo é transformador. O currículo permeiam portanto, relações de poder, de forças. Porque ensinar esse conhecimento e não outro? É resultado de escolhas de decisões, na, ou para a formação do sujeito, da sociedade que nos inserimos.
Na afirmação de Tomaz T. da Silva/1995, o currículo não se constitui apenas de elementos técnicos, procedimentos e métodos. Não é um elemento neutro ou desinteressado. Todo conhecimento organizado em forma curricular perpassam as de relações de poder do interior das escolas e da sociedade. É um artefato sócio-cultural. Como afirma Louis Althusser/1983, é a expressão das relações sociais de poder, está carregado de ideologia.
Por esta razão, o currículo não pode ser desvinculado do seu contexto histórico.
Diante disso devemos, na concepção de escola-cidadã, ter claro, que o currículo é resultado de forças sociais, políticas expressadas pedagogicamente pela organização dos saberes vinculados à construção de sujeitos sociais. Essa concepção veicula toda uma concepção de sujeitos/sociedade, conhecimento, cultural e poder, que se define numa proposta político-pedagógica que explicita intenções, revela graus diferenciados da consciência e do compromisso social.
Por outro lado atualmente, para a constituição de uma escola-cidadã, é fundamental a integração de todas as formas de tecnologias aos currículos, ou seja, a inclusão digital, uma vez que o mundo, o mundo do trabalho está amplamente digitalizado. (Não sem desmerecer as críticas a respeito, muito pertinentes, mas que não são objeto desta reflexão).
Por meio delas é possível constituir projetos para construção de conhecimentos e capacitar os alunos a pensar alternativas na solução de problemas, organização, compartilhar experiências/conhecimentos, sem no entanto perder o “norte” - a visão crítica de mundo, para formar cidadãos socialmente reconhecidos.
Enfim, a integração das tecnologias ao desenvolvimento do currículo, tem como nó, o(s) projeto(s), sobretudo interdisciplinares.
Assim, desde que hajam laboratórios equipados com computadores suficiente para as turmas, monitores, salas de vídeo, etc., certamente viabilizará o engajamento da escola, professores e alunos no desenvolvimento de projetos e seus estudos serão muito frutíferos. Ao dispor acesso efetivo aos alunos das várias tecnologias, também os professores, que ainda não estão engajados nesta caminhada, certamente sentirão ou se obrigarão a fazer parte, até mesmo buscar formação continuada, pois acabarão se sentido excluídos do processo.
O desenvolvimento de projetos, como já destacado, é o elemento que tece o currículo, ou os diferentes currículos. Projeto(s) desenvolvido(s) a partir da(s) realidade(s) local/is ou mais amplas. Da necessidade efetiva da escola, da turma, ou de temáticas relevantes no contexto escolar/local. A construção de projeto considerando a caminhada da escola, interdisciplinarmente, amplamente discutido nas áreas. Os conhecimentos mais significativos de cada área, o tempo, a elaboração e estruturação, etc.. Não um projeto ou muitos concomitantes ao outro, ilusórios, como apêndices, mesmo que bem formulado no papel, mas que nada constrói. Mas sim, projetos que efetivamente construam conhecimento, reflexão, experiência, criatividade, partilhamento, cidadania.
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